Com diversos benefícios para a saúde, o Vinho Tinto está presente em diferentes momentos da história da humanidade.
O mais conhecido entre os vinhos, o tinto possui uma enorme variedade de rótulos – naturais de diferentes regiões.
Assim como o Vinho Branco, pode ser classificado de acordo com sua doçura. Essa classificação é determinada pela lei n.º 7.678, de 8 de novembro de 1998, que entende cada tipo de vinho como:
- Seco: possui no máximo 4 gramas de glicose por litro.
- Suave: deve conter mais do que 25 gramas de açúcar por litro, o que lhe garante um saber mais suavizado e com menos notas marcantes e texturas.
- Meio Seco: é uma nova classificação, considerada um meio termo entre o seco e o suave. Possui um alto teor de açúcar residual, considerando o doce da fruta e também aquele adicionado durante a produção.
Além disso, cada uva – e seu modo de cultivo e região – deixam na bebida características específicas. Descubra nesse artigo os tipos de uva, como é realizada a fabricação dos vinhos tintos e como harmonizá-los com o prato ideal.
09 tipos de uva para a elaboração de Vinho Tinto
Cabernet Sauvignon
É uma das uvas mais usadas e produz uma bebida mais encorpada, com taninos densos e cor bastante profunda. Possui aroma marcante, que remete a frutas maduras, pimenta, café, tabaco ou terrosos. É usada em rótulos que precisam envelhecer na garrafa.
Carménère
Também chamada uva do Chile, a Carménère elabora um vinho encorpado, frutado e apimentado, com taninos bastante presentes.
Malbec
Conhecidos pela característica aromática marcante, os tintos da uva da Malbec possuem um discreto sabor de especiarias e flores. Devido aos seus taninos maduros e arredondados, são vinhos macios e aveludados.
Quando envelhecidos em barris de carvalho, possuem mais força, podendo apresentar também aromas de couro e notas torradas adicionais.
Merlot
Esta uva faz vinhos encorpados, mas macios. Por esse motivo, são fáceis de consumir e agradam muitas pessoas que estão iniciando na degustação da bebida.
Geralmente possuem uma cor rubi marcante, com um sabor frutado. É uma uva usada para produzir rótulos jovens, que não possuem um longo processo de envelhecimento no barril, ou na garrafa.
Pinot Noir
É uma espécie difícil de ser cultivada fora da França, pois é bastante delicada. Responsável pela elaboração de bebidas leves e delicadas, conhecidas pela sua sofisticação e elegância.
Syrah
Com cor intensa, os produtos desta uva possuem um sabor discretamente frutado e um aroma rico em especiarias e defumados.
Tannat
A Tannat é usada na fabricação de rótulos mais encorpados e com intensa presença de taninos. Isso faz com seja necessário um longo processo de envelhecimento para se criar um vinho mais suave.
Tempranillo
O produto desta uva possui um sabor frutado e aroma de ervas e especiarias, com corpo médio. O envelhecimento em barril pode acrescentar notas de baunilha. Na Argentina é usada para rótulos jovens, com curto período de envelhecimento.
Sangiovese
A Sangiovese produz os famosos rótulos italianos de Chianti. Sua bebida possui como característica marcante, um sabor que remete ao de morangos.
De acordo com a região em que é cultivada, a uva faz vinhos que variam entre intensos e leves, todos com potencial de guarda em garrafa por longos períodos.
Como é produzido o Vinho Tinto
O Vinho Tinto é elaborado com uvas tintas da espécie Vitis Vinífera, responsáveis pela coloração natural do líquido.
Para a produção, as uvas são esmagadas e assim liberam o suco da polpa – o chamado mosto. Depois do esmagamento, o líquido adquirido é encaminhado para o tanque de fermentação, e lá permanece em contato com as cascas das uvas por até duas semanas.
De modo geral, quanto mais longo for o período de contato entre o suco e a casca, mais intensas serão as características do produto.
A fermentação alcoólica acontece até que as leveduras consumam todo o açúcar da fruta. A próxima etapa é separar o vinho do bagaço da uva. Para isso, o líquido é escoado para um novo recipiente e recebe o nome de vinho flor ou vinho de gota.
Após este processo, é realizada a fermentação malolática, responsável por diminuir a acidez da bebida e deixá-la mais macia. Ela acontece a partir da ação de bactérias lácteas, que transformam os ácidos málicos em ácidos lácteos.
O responsável por determinar o fim deste período é o enólogo, que avalia os sabores e aroma produzidos. Caso seja necessário, é possível adicionar vinho de prensa – da mesma leva de uvas – para acertar o resultado.
O período de maturação acontece após a fermentação, e antes do engarrafamento. Este processo, que pode acontecer tanto em tanques de aço ou barris de carvalho, torna o vinho mais maduro e equilibrado. Além disso, altera notas de sabor, aromas e também a cor.
Por fim a bebida é engarrafada e pode ainda ser envelhecida após o envase. Neste caso, o produto pode repousar nas vinícolas, em locais controlados, por dias, semanas ou meses.
Como consumir o Vinho Tinto
Para extrair todo o aroma e sabor do vinho, é necessário observar a temperatura na qual ele é servido.
De maneira geral, o Vinho Tinto deve ser servido entre 15 e 18 °C. A recomendação é que os rótulos leves ou médios jovens sejam servidos nas temperaturas mais amenas e conforme ficam encorpados devem estar em graus maiores.
Outra dica importante, para não errar e manter toda a experiência na degustação, é servir a bebida em uma taça apropriada.
Nesse sentido, as taças Bordeaux e Borgonha são as mais indicadas para o consumo dos tintos.
- Taça Bordeaux: é aquela que possui um bojo grande e borda mais fechada – concentrando mais os aromas. É indicada para os rótulos encorpados e tânicos, os mais elaborados.
- Taça Borgonha: com um formato de balão, tem o bojo mais largo e permite um maior contato do líquido com o ar. Oferece uma maior liberação de bouquet aromático, sendo recomendada para vinhos mais delicados.
Como harmonizar o Vinho Tinto
Não há certo e errado na harmonização de alimentos e bebidas, e sim o recomendado. Portanto, as regras não precisam ser levadas ao pé da letra, pois cada pessoa deve sempre priorizar seu gosto pessoal.
O importante é aproveitar a experiência e sentir-se bem. Ainda assim, as dicas de harmonização servem como um guia, principalmente para aqueles que estão começando.
Vinho Tinto e Carne Vermelha
Uma combinação clássica e difícil de errar. O recomendado é observar o nível de gordura da carne, as mais gordurosas, como picanha, exigem rótulos mais encorpados e com presença tânica mais marcante.
Vinho Tinto e Carne Branca
Para combinar carnes brancas e o tinto devemos observar a estrutura da proteína e seu modo de preparo. Outro ponto é considerar o molho que a acompanha. De modo geral, quanto mais simples for o prato, mas simples e leve deve ser o vinho.
Peixes e Frutos do mar
Apesar de serem comumente harmonizados com branco, peixes e frutos do mar também combinam com o tinto. Neste caso, dê preferência pelos rótulos leves e de maior acidez, como o Pinot Noir, Beaujolais ou os da uva Gamay.
Queijos
Outro clássico, queijos e vinhos são a combinação perfeita para uma noite mais fria. Aqui podemos harmonizar os queijos brancos moles, como Brie, Camembert, Coulommiers, e seminoles (Edam, Taleggio, Gouda) com Pinot Noir, Beaujolais Nouveau e rótulos da uva Gamay.
Por outro lado, vinhos das uvas Tempranillo, Zinfandel ou Merlot combinam mais com os queijos duros como Pecorino, Emmental e Gruyère.
Massas e Pizzas
Esta combinação se relaciona diretamente ao tipo de molho ou recheio do prato. Os mais simples e ácidos harmonizam com tintos leves ou médios, com acidez considerável e taninos moderados.
A Lasanha bolonhesa ou macarrão com molho de almôndegas, por exemplo, harmonizam perfeitamente com tintos como Barbera e Merlot. Ainda, os vinhos italianos Chianti, da uva Sangiovese.
Já as pizzas de calabresa ficam mais harmoniosas com os tintos mais ricos e elaborados, tais como Cabernet Sauvignon.
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